À medida que a tecnologia avança, a nuvem também precisa evoluir
Com a maturação do cenário digital, torna-se essencial reavaliar como as soluções em nuvem são concebidas, geridas e conectadas ao restante da infraestrutura corporativa. O que antes simbolizava apenas agilidade e economia, agora demanda governança robusta, interoperabilidade, inteligência e alinhamento aos objetivos estratégicos das empresas. Relatórios recentes da Gartner, Flexera e um estudo da Microsoft com a Forrester desenham o novo rumo da computação em nuvem. Confira os principais direcionamentos: Tendências que moldarão o futuro da nuvem 1. A inteligência artificial redefinirá a capacidade da nuvem A IA está transformando os data centers. O Gartner projeta que até 2029, metade da capacidade de computação em nuvem será dedicada a cargas de trabalho relacionadas à inteligência artificial — um crescimento expressivo frente aos atuais menos de 10%. Além disso, a Flexera revela que 72% das organizações já utilizam IA generativa, e quase metade investe em plataformas de IA/ML as a Service. Preparação estratégica: modernize seu data lake, adote plataformas de IA escaláveis e estruture arquiteturas híbridas, combinando cloud e edge computing conforme a demanda por velocidade e profundidade analítica. 2. Multicloud precisa de direção para gerar valor Utilizar múltiplos provedores de nuvem sem uma estratégia definida tende a gerar dispersão, custos elevados e vulnerabilidades. Segundo o Gartner, mais de 50% das organizações não alcançarão os benefícios desejados da multicloud até 2029, devido à falta de integração, interoperabilidade e segurança centralizada. Como avançar: padronize ferramentas de monitoramento e segurança, defina critérios claros para alocação de workloads e estabeleça governança eficiente para controle e visibilidade. 3. Nuvens verticais vão acelerar a entrega de valor As industry clouds vêm ganhando destaque por oferecerem soluções específicas para setores como saúde, finanças e varejo. Essas plataformas reduzem o tempo de implantação e garantem compliance desde o início. Dica: avalie plataformas voltadas ao seu mercado que possam ampliar a eficiência e facilitar a inovação, aproveitando estruturas já otimizadas para sua realidade. 4. Sustentabilidade será imperativo Critérios ambientais estão se tornando parte das decisões de TI. O Gartner aponta que mais da metade das empresas considerará impacto ambiental em suas escolhas tecnológicas até 2029. A Flexera reforça: 57% das organizações já monitoram — ou pretendem monitorar — sua pegada de carbono na nuvem. Próximo passo: escolha provedores com metas claras de sustentabilidade, acompanhe métricas de consumo e integre as metas de ESG à sua estratégia digital. 5. Cloud e Edge serão complementares por padrão Segundo a Microsoft, 65% das empresas pretendem integrar cloud e edge computing nos próximos 12 meses. Operar essas camadas separadamente limita a inovação e pode gerar ineficiências. Melhor abordagem: adote arquiteturas distribuídas com integração contínua entre borda e nuvem, além de controles unificados de segurança e desempenho. 6. FinOps ganha papel estratégico na gestão da nuvem O controle financeiro se tornou o principal desafio da nuvem. A Flexera aponta que 84% das empresas têm dificuldades com os custos. O modelo FinOps — que une práticas de gestão, cultura organizacional e ferramentas — vem ganhando espaço: 59% já têm times dedicados. Recomendação: implemente políticas de orçamento por time, uso de tags para rastreamento de gastos, auditorias regulares e dashboards financeiros em tempo real. Conclusão A nuvem do futuro será mais poderosa — e mais exigente. Para aproveitar seu potencial, é fundamental evoluir na governança, na arquitetura de TI e nas práticas de gestão.Estar preparado para lidar com IA, sustentabilidade e custos complexos será o diferencial entre crescer com eficiência ou ficar para trás.